Tradução do texto de Collin Hansen:

Mesmo que Lecrae e Trip Lee escrevam hip-hop para um contexto urbano, muitas igrejas fora da cidade têm ajudado o trabalho deles. Esta é uma benção diversificada, eles explicam a Eric Mason neste vídeo, pois este público inesperado pode tentá-los a perderem o foco no alvo original de fazerem hip-hop centrado no Evangelho que fale a juventude urbana de uma maneira que outros estilos não falam.

A conversa também toca no dom da escrita pastoral de Trip Lee que ajuda os crentes a buscarem Cristo em um mundo caído e na preocupação de Lecrae de que os fãs de hip-hop encontrem boas igrejas quando eles saem dos shows.


O vídeo encontra-se somente no inglês. Postagem original aqui. Tradução livre e limitada do editor deste blog.


Comentário pessoal da edição do blog:


Existem alguns extremos quando falamos do uso do hip-hop para a transmissão do Evangelho em contextos urbanos. São eles:


1 - O uso do hip-hop meramente por si mesmo como se o hip-hop fosse suficiente para atrair as pessoas para a igreja sem a substância do Evangelho de Jesus (no sentido de convertê-las e levar a um crescimento cristão). 


2 - Uma negação total da ferramenta sendo ela (o hip-hop) incompatível com o Evangelho sendo o seu uso mundano ou pertencente ao diabo.


Entendo ser possível ensinar Teologia bíblica, reformada e saudável em um contexto urbano (periferia, favela e etc....) pelas seguintes bases:


1 - A posição reformada da relação entre Cristo e a Cultura é que Cristo é o transformador e redentor da cultura (Rm 12:2) (vide "Cristo e a Cultura" de R. Nieburh; "O Cristão e a Cultura" de Michael Horton e "Calvinismo" de Abraham Kuyper). Cristo não nega a cultura; não está "acima" dela (no sentido da necessidade de negar a cultura completamente ou impor uma cultura cristã através da coerção); não anda com ela paradoxalmente e não é absorvido por ela como apenas um fenômeno religioso ocidental.


2 - A Palavra de Deus fala que todas as tribos, os povos, as raças e as nações adorarão (e já adoram, mas não plenamente) o Senhor Jesus diante de Deus Pai (Apocalipse 4 e 5). Assim como os cristãos da idade média louvarão na consumação dos séculos e na instalação do Reino pleno por toda eternidade com o canto gregoriano, Europeus com corais clássicos, Africanos com batuques em atabaques e irmãos do gueto com raps, assim creio eu.


Por isso o argumento de que a ferramenta do hip-hop santo seja mundanismo cai por terra. Também acho que deve-se ter cuidado pois essa ferramenta deve ser utilizada em seu devido contexto (tente plantar uma igreja na favela usando canto gregoriano e musica clássica) e com seus cuidados (o fim é a glória de Deus e adoração ao cordeiro e não farra, nem curtição e nem atrair multidões de forma pragmática). Nem um extremo e nem outro.


Oro para que Deus levante no Brasil, servos Dele que usem com graça e sabedoria essa ferramenta para o contexto urbano para ensinar Evangelho, boa teologia bíblica, saudável e reformada em contextos como guetos, periferias e favelas onde o Senhor soberanamente tem os seus eleitos para se juntarem ao Seu povo para adorá-lo aqui e na glória eterna.

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One Response so far.

  1. André says:

    Oi, Juan,

    Pessoalmente, acho o máximo a proposta dos hip hops evangelísticos. Afinal, o estilo é propício à comunicação de uma mensagem, pois veicula um texto praticamente falado - é uma música para se ouvir as palavras, mais que qualquer outra. Além disso, é bonito ver que o Hip Hop também pode ser redimido, quando se prega Jesus em vez de falar um monte de asneiras ou palavrões, como é muitas vezes o caso. Enfim, eu não vejo problema algum nesse formato - se é que algum formato é problemático em si. Não entendo a briga com o formato. Trata-se de um conservadorismo meio desconectado com o Evangelho, a meu ver.

    Abração - and keep the good work!

    Norma (do computador do André)

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