A postagem do meu amigo, o Pastor presbiteriano Helder Nozima, foi recebida com muito louvor e também com alguma dose de crítica na internet recentemente. Sua temática tratou do desenvolvimento do movimento chamado “novo calvinismo” no Brasil, movimento este que foi citado pela revista Time como uma das 10 idéias que mais estão influenciando o mundo. Quanto a esse assunto, existe um blog para tratar do tema e comentários aqui e aqui.


Não há o que acrescentar e o que havia necessidade foi escrito nos comentários da postagem. Então, meu objetivo ao escrever também, além de apoiar e concordar com tudo o que o Pastor Helder escreveu (além da honra de ter sido citado ao lado de gente muito fera) apenas levantar alguns insights pessoais depois de ler tantos elogios e algumas críticas a postagem e ao movimento em si.



Cuidado com o rótulo
Uma crítica construtiva e positiva é o rótulo, embora às vezes ele seja necessário para distinguir quem crê em que (ou em quem). Mas em excesso pode gerar a formação de um gueto, algo que os “novos calvinistas” criticam ou alertam em meios reformados. O foco do movimento “novo calvinismo” assim como da Reforma Protestante do Século XVI é simplesmente o retorno as boas novas, o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo em sua simplicidade, beleza e pureza.


Mas e os quatro pontos
Filipe Niel em seu blog anotou os 4 pontos que Mark Driscoll salientou como norteadores do movimento “novo calvinismo”. A questão é que esses quatro pontos não são idéias filosóficas levantadas ou inventadas por Driscoll e sim, são pontos com total apoio e sustento das Escrituras Sagradas, Palavra de Deus.
Simplesmente a idéia de conciliar a Teologia Reformada (salvação através da graça soberana de Deus mediante a justificação pela fé em Cristo, revelado nas Escrituras, para a glória de Deus somente) com uma aceitação da atuação do Espírito Santo na distribuição de dons extraordinários e buscando o enchimento Dele aliado a relacionamentos complementares na igreja (grosso modo: homem e mulher de valor igual diante de Deus mas com funções diferentes no lar e na igreja) com uma vibrante prática missional (engajamento no local inserido para levar o Evangelho para transformar vidas e a cultura em detrimento de uma postura legalista-farisaica de afastamento e isolamento social ficando dentro do gueto religioso) como um mandamento de Jesus (Mt 28:19ss) são bíblicas e portanto teologicamente sustentáveis.

E as dificuldades no Brasil
Sim, é difícil ser calvinista no Brasil (ainda que haja um crescente interesse pelas doutrinas da graça e Teologia Reformada, o evangelicalismo brasileiro ainda apresenta uma certa resistência a Fé Reformada). Vibramos muito com o que está acontecendo na América, mas lá o país foi fundado pelos puritanos, o que gera algumas vantagens para o crescimento da igreja lá. O Brasil tem uma forte cosmovisão católica, o positivismo em peso (vide o lema na bandeira “Ordem e Progresso”) embora a pós-modernidade esteja chegando de mansinho como conseqüência da globalização. E sim, alinhar e aplicar esses pontos salientados acima será de muito trabalho como Helder bem frisou. Portanto, pode ser que não tenhamos os mesmos movimentos com as mesmas facilidades (culturais, sociais e econômicas) que nossos irmãos na América tem. Aqui é uma outra cultura e um outro contexto (embora a globalização traga alguma influência cultural de lá pra cá). Assim como há uma miscigenação de raças no Brasil também há uma miscigenação epistemológica na cosmovisão da mente do brasileiro. Nos EUA os movimentos se alinham muito pela crença e pensamento; aqui somos mais relacionais e afetivos (o que qualquer passo mal dado pode levar um movimento ao isolamento). Lá, uma graduação (nível superior) é mais específica e concentrada (especializada) e aqui somos mais generalistas em nossa formação superior. Só ai já conseguimos enxergar uma diferença cultural e uma necessidade de conhecer o nosso país para lutar para impacta-lo pelo poder do Evangelho transformador de Jesus Cristo.
Sou otimista e acredito que grandes coisas, Deus fará entre nós. Os calvinistas mais antigos já estão fazendo um bom trabalho que tem frutificado muito para o Reino em nossa pátria. Os “novos calvinistas” apenas aplicam a mesma Teologia, porém, preocupados com alguns desafios pertinentes a nova geração (a busca pela fidelidade e relevância). Evitando toda driscollátria, sabemos que alguns movimentos nos EUA nos impactaram (não pelo movimento em si, mas pela consistência no Evangelho) e queremos caminhar com essa mesma Teologia do Evangelho proclamando-a em nosso contexto brasileiro (e não importar um modelo pronto e nem um pacote fechado).


Daqui pra frente
O caminho é esse mesmo, postar, escrever, pregar, pastorear, plantar igrejas e caminhar. Parodiando Calvino “o sucesso não é de nossa conta”. O tempo mostrará seus frutos. E o mais importante, parodiando Lutero “pregar o Evangelho para nós mesmos todos os dias”. Ainda somos jovens pastores e cristãos, mas temos boa liderança, bons livros e bons centros de estudo. Temos os desafios e as ferramentas. Resta-nos fazer o que Deus nos chama: Pregar o Evangelho e ministrar centralizado (moldado pelo) no Evangelho.
Não é uma luta por uma agenda política de jovens com idéias inovadoras. É um grito da nova geração apoiando outras em bom som, para o retorno ao que mais importa: O Evangelho. E só através dele viveremos o que Francis Chan chama de “Louco amor por Deus”. Somente Ele nos satisfaz. A Ele toda a glória. (Obrigado Helder, continue com bom ritmo).

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"Senhor , nosso Deus e nosso Pai através da redenção em Jesus Cristo, nosso Senhor,
tenha misericórdia de nós. Venho interceder junto aos leitores do blog pelo Japão e pela tragédia ali.

Tenha misericórdia daquelas pessoas que foram afetadas, perderam entes queridos, bens materiais, estão desabrigados e carecendo de alimento e também proteja Senhor as áreas afetadas pela radiação. Cuide também do teu povo e da tua igreja, teus filhos salvos em Cristo para que busquem mais o Senhor e cuide dos missionários estrangeiros e seus familiares na terra de origem que ficam preocupados. Que o Espírito Santo console o coração de todos. Que o Senhor continue a mobilizar a humanidade para continuar a agir com solidariedade e seja com as autoridades governamentais daquele país, oh Senhor Deus.

Rogamos ao Senhor por saber que és soberano sobre toda terra e todo céu. Que és o Todo-Poderoso que criou todas as coisas e a sustenta por meio de tua mão, de tua providência. És soberano sobre as tragédias e todos os acontecimentos e que tenhamos firmeza nessa verdade.

Que não és um "deus fraco" que , ao manifestar a sua bondade abre mão da sua soberania e que ao ser soberano não deixa de manifestar a sua bondade aos teus filhos e a toda humanidade. Tu és glorioso digno de toda honra e louvor, glória e majestade.

Que esse acontecimento seja usado pelo Senhor para proporcionar um avivamento naquele país, um grito e a proclamação de um evento: O Evangelho; a morte e ressurreição de Jesus, Deus filho para a reconciliação do indivíduo perdido com o Senhor.

Que o Senhor conceda graça ai coração do teu povo para que não sejamos endurecidos e caíamos na incredulidade, pois somos fracos e essas tragédias muito nos abalam Senhor.

Que o Senhor grave a mensagem de Isaías 45: 7 em nossos corações. E que não caiamos na tentação farisaica de julgar e/ou querer sondar os teus caminhos e teus pensamentos quando é hora do silêncio.

Seja com eles e fortaleça o nosso coração, por tua misericórdia em nome do teu filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo, amém"

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Uma rede de plantadores de igrejas ainda é algo embrionário no Brasil. Ainda vivemos a transição da modernidade para a pós-modernidade (e ainda temos contextos na pré-modernidade). O contexto evangélico na modernidade foi marcado pelo surgimento das denominações conseqüentes do movimento oriundo da Reforma Protestante no século XVI. No período de transição da modernidade para a pós-modernidade, é possível e até comum, termos igrejas de uma mesma denominação na mesma localidade e ainda sim refletirem diferenças teológicas, eclesiológicas e práticas. Com isso, não quero levantar a idéia de que denominação é ruim, pois se somos cristãos, fazemos parte de alguma e se não for o caso, pelo menos uma igreja local (um cristão não sobrevive sem ela, mas isso é assunto para outra postagem). Pelo contrário, devemos amar o contexto que Deus nos colocou, mas, ainda assim, podemos aprender com outros contextos.


Uma rede de plantadores de igrejas reúne igrejas, pastores, plantadores e líderes em torno de convicções teológicas e práticas em comum. Pode-se reunir em torno de convicções mais específicas (um exemplo disso é a Acts 29 Network que mantém uma teologia reformada, carismática quanto à convicção da atuação do Espírito Santo na igreja, missional quanto à postura dialogal a respeito da cultura, igreja dirigida por uma pluralidade de presbíteros e etc....) ou pode girar em torno do Evangelho puro e simples debatendo como contextualiza-lo e impactar a cidade local com Ele (como o Restore Brazil, que participo mensalmente do treinamento).

O fato de participar (formalmente ou informalmente, filiação ou apenas freqüência nos treinamentos) de uma rede mesmo fazendo parte de uma denominação histórica não quer dizer que eu vá mudar algum distintivo específico que a caracteriza. Apenas me reúno com irmãos em Cristo que querem que o mesmo Reino avance para que a cidade do Rio de Janeiro (e adjacências) seja impactado com o Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

Para isso recebemos treinamento mensal sobre visão, missão, estratégia e discipulado (treinamento de liderança); teologia centrada no Evangelho além de oração, testemunhos e pastoreio de pastores.

Fato é que tem sido uma benção tremenda em minha vida. Acredito que futuramente mais e mais redes surgirão pois já se passou o período moderno em que um homem com uma visão fazia todo o trabalho. Com a velocidade de informações e o advento da pós-modernidade, mais e mais igrejas e líderes se reunirão em torno de uma mesma filosofia de ministério.

Então segue os motivos porque acredito em redes de plantação de igrejas (e consequentemente revitalização das existentes e estabelecidas):

1 – Pela biblicidade, vide o livro de Atos e o modelo paulino de plantação e rede com os seus cooperadores de ministério.

2 – Pelo maior uso e reflexão mais profunda dos dons espirituais existentes nas Escrituras.

3 – Pela maior comunhão existentes entre líderes. Com isso , há confrontamento e crescimento em Cristo através do aconselhamento. Líder isolado fica vulnerável a vaidade e consequentemente desliza por não caminhar com outros. Também há auxílio e pastoreio para um líder que enfrenta alguma dificuldade pessoal ou ministerial.

4 – Poder aprender com líderes mais experientes. O aprendizado é contínuo para um discípulo de Cristo que serve na igreja.

5 – Estrutura mais flexível e informal.

Isso não quer dizer que adeptos de redes sejam rebeldes e não acreditem em instituições. Pelo contrário, a idéia é maior aprimoramento para melhor e mais eficiente serviço à Igreja e a causa de Cristo. À medida que a pós-modernidade e o pluralismo de idéias surgem, mais e mais líderes, mesmo em uma única denominação podem pensar de forma diferente e até mesmo oposta (ex: um conservador e outro liberal, teologicamente falando).

Como um pastor de uma igreja local e estabilizada de um contexto histórico pode escrever sobre rede de plantação e se beneficiar dela? Pelos motivos escritos acima. E isso é possível? Sim. Para revitalização da igreja sem ferir os distintivos ou plantação com uma filosofia de ministério.

As redes não estão surgindo para substituir as igrejas, mas para servi-las. Que Deus, o Senhor da Igreja use as redes para espalhar de forma poderosa o Evangelho da graça de Cristo para que mais e mais vidas sejam transformadas pela e para a Sua glória.

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Uma época em que todos, de alguma forma ou de outra aproveitam para diversão ou descanso é o feriado de carnaval. Os foliões seguem em blocos ou escolas de samba, cristãos vão para retiros espirituais ou acampamentos com suas igrejas ou usam o feriado para evangelizar em algum lugar ou evento específico.
Por isso, seguem alguns passos para como aproveitar melhor esse feriado para a glória do Pai:

1        - Aproveite melhor o feriado para crescer com Cristo. Seja indo para algum retiro ouvir um bom pregador e ter comunhão com outros irmãos e irmãs em Cristo, ou seja, ficando em casa só ou com a família aproveite para ler mais a Bíblia e investir um bom tempo na oração.
2        – Aproveite o feriado para visitar um amigo não-cristão para compartilhar o Evangelho e falar de como Jesus tem sido relevante para a sua vida.
3        – Aproveite o tempo no feriado para participar de algum evangelismo ou imersão missionária em algum lugar carente da pregação do Evangelho.
4        – Separe o que é cultural do que é pecado. Claro que o cristão não deve jamais compactuar com o pecado e há lugares no carnaval em que há exposições não saudáveis mas lugares em que há apenas manifestações culturais sem a promiscuidade comum nesse feriado  (o que admito, é muito difícil e raro no carnaval) o cristão pode aproveitar para atuar de forma missional.

Espero que esses tópicos sejam uma benção do Senhor em sua vida através do Evangelho de Jesus Cristo.

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