Muitos irmãos em Cristo que militam na blogsfera já escreveram sobre o falecimento de John Stott (1921-2011) , pregador anglicano e um líder cristãos bem marcante, servo do Senhor Jesus. Isso me poupa de qualquer introdução ou exposição das marcas que nortearam seu pensamento e sua prática pois todos que virão a ler esta postagem já o conhecem ou leram sobre ele e se não, indico outras fontes. No contexto evangélico e cristão, a morte de Stott foi bastante anunciada e comentada embora não tenha visto nada na mídia em geral a respeito dele (A Times o colocou como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e ele já foi capelão da majestade britânica durante anos). Muitos que o conheceram, salientaram a sua humildade e serviço a Cristo. Embora bastante inteligente, foi mais conhecido como um pregador do que um teólogo acadêmico. Seu engajamento em relação a proclamar o Evangelho para a cultura contemporânea foi notório. Como anglicano, centralizou-se no Evangelho puro e simples e caminhou pela via média não entrando em querela por questões teológicas não-essenciais. Uma posição sua causou constrangimento para a ortodoxia cristã que jamais deixou de apreciar a sua contribuição e legado.
Minha postagem salienta a contribuição desse servo do Senhor em minha caminhada como discípulo de Jesus e ministro do Evangelho:
1 - Quando novo convertido li "Cristianismo Básico" logo após o meu batismo. Esta literatura foi emprestada por um irmão que trabalhava com a juventude da igreja onde fui convertido. Me marcou a centralidade do Evangelho e o discernimento em relação aos erros do neo-pentecostalismo (pseudo-pentecostalismo).
2 - Quando ingressei no seminário, 3 anos após minha conversão, li "Crer também é pensar" que me ajudou a me manter equidistante do liberalismo teológico que é infrutífero e estava muito presente no seminário que estudei e do fundamentalismo anti-cultural que menospreza o estudo (não o fundamentalismo firme de 1910 afirmando as doutrinas centrais da fé cristã em resposta ao liberalismo nos EUA).
3 - Li "A missão cristã no mundo contemporâneo" que fomentou meu engajamento em áreas carentes economicamente. Por influencia de Stott, servi 5 anos como seminarista e pastor-adjunto em uma igreja que tanto proclamava o Evangelho no púlpito quanto na encarnação do Evangelho naquela comunidade. O lema da igreja era "Um local para a missão integral". A missão integral é bíblica mas não vejo firmeza bíblica em todos os defensores da missão integral.
4 - Por orientação de meu mentor no seminário, li sua opus magnus "A Cruz de Cristo" que foi um dos livros mais impactantes que já li e sobre o assunto fundamental da fé cristã, o sacrifício do Deus-filho em nosso lugar em prol de nosso pecados. Teologicamente profundo e sólido e praticamente fervoroso e piedoso.
5 - O livro "O perfil do pregador" me levou a me esconder atrás da Cruz toda vez que vou ao púlpito proclamar o Evangelho de Jesus em toda a Escritura.
6 - Acabei de ler "O discípulo radical" seu ultimo livro. Me emocionei em ler seu adeus dos escritos (2 anos atrás) e vi que há áreas como um discípulo que preciso crescer mais.
Ia escrever uma crítica a um ponto abordado por ele mas entendi que não é o momento e nem o lugar. Não o conheci pessoalmente e nunca o ouvi pregar. Foi pelos livros que o conheci e recebi influência. E porque tenho dois amigos pastores que foram muito influenciados por ele.
Meu adeus e obrigado Senhor pela influência de homens piedosos neste confuso cenário evangelical no Brasil. Até breve Rev.